Janot reitera pedido para investigar Temer por corrupção e lavagem no caso Rodrimar
Objetivo do procurador-geral é apurar atuação do presidente no decreto sobre portos que beneficiou a empresa. Desde que Janot o denunciou, Temer tem negado acusações.
O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, reiterou nesta quinta-feira (31)
pedido de abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer por corrupção
e lavagem de dinheiro na edição de um decreto no setor de portos que beneficiou a empresa Rodrimar, que atua em Santos
(SP).
Rodrigo Janot pediu,
ainda, que o caso, conduzido pelo ministro Edson Fachin, seja sorteado para um
novo relator por não ter relação com os fatos apurados na Lava Jato.
Desde que surgiram as
denúncias contra Temer, o próprio presidente tem convocado pronunciamentos no
Palácio do Planalto e divulgado notas à imprensa para negar as acusações.
O pedido de Janot
Ao denunciar Temer e o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures
por corrupção passiva, em junho, Janot pediu abertura de novo inquérito para
investigá-los pelo decreto do setor de portos.
Na ocasião, Fachin
pediu esclarecimentos a Janot. O ministro queria saber se o procurador-geral
tinha o objetivo de abrir uma nova investigação ou se preferia reabrir um
inquérito antigo sobre o suposto envolvimento de Temer com irregularidade em
portos, arquivado em 2011 pelo ministro Marco Aurélio Mello.
Na resposta, enviada
nesta quinta, Rodrigo Janot afirmou que não se trata dos mesmos fatos porque a
apuração anterior abordava fraude em licitações na Companhia Docas do Estado de
São Paulo e crimes contra a ordem tributária.
"Não há elementos
que indiquem a existência de conexão entre as investigações. (...) Registre-se
que entre os fatos (analisados nos autos 3105/STF e objeto do novo inquérito)
há um lapso temporal de mais de 15 anos. Além disso, verifica-se que o contexto
fático a ser investigado é distinto", afirma o procurador.