Gilmar Mendes manda soltar Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral
Na mesma decisão, ministro do STF substituiu prisão preventiva por prisão domiciliar. Adriana Ancelmo foi presa há um ano em um desdobramento da Lava Jato no Rio.
O
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou soltar nesta
segunda-feira (18) Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro
Sérgio Cabral (PMDB).
Na mesma decisão,
Gilmar Mendes substituiu a prisão preventiva por prisão domiciliar.
Adriana Ancelmo foi presa pela primeira vez em dezembro do ano
passado, no âmbito da Operação Calicute, um desdobramento da Lava Jato no Rio
de Janeiro.
Foi esta mesma operação
que levou Sérgio Cabral à prisão.
Até
o mês passado, Adriana Ancelmo cumpria prisão domiciliar, mas, por decisão do
Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), teve de retornar à cadeia.
Em setembro deste ano,
ela foi condenada a 18 anos e 3 meses de prisão pelo crime
de lavagem dinheiro e por ser beneficiária do esquema de corrupção comandado
por Sérgio Cabral.
A decisão de Gilmar Mendes
Ao analisar o pedido da
defesa de Adriana Ancelmo, Gilmar Mendes argumentou que a prisão de mulheres
grávidas ou com filhos sob os cuidados delas é "absolutamente
preocupante".
Por isso, argumentou o
ministro, alternativas à prisão devem ser observadas a ponto de não haver
"punição excessiva" à mulher ou à criança.
"No presente caso,
a condição financeira privilegiada da paciente [Adriana Ancelmo] não pode ser
usada em seu desfavor. Observo que o crime supostamente praticado pela
paciente, muito embora grave, não envolve violência ou grave ameaça à pessoa. A
paciente esteve por meses em prisão domiciliar, sem violar as regras
estabelecidas pelo juízo. A sentença reconheceu a desnecessidade de um regime
mais rigoroso", escreveu o ministro.
Gilmar Mendes acrescentou,
em seguida, que Adriana Ancelmo tem condições de aguardar o julgamento dela
pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em prisão domiciliar, a menos que haja
fatos novos.