terça-feira, 19 de dezembro de 2017

NEM A MÁFIA SICILIANA FOI TÃO ORGANIZADA



O esquema para manipular licitações do metrô em São Paulo e mais 7 lugares

Camargo Corrêa fecha acordo de leniência, a delação das empresas, com o Cade, e entrega cartel

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a caixa de pandora de um esquema multimilionário de cartel para construção e ampliação de linhas do metrô no país. Segundo as informações prestadas pela empresa, o grupo operou entre 1998 e 2014 nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Ceará, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal. No total, 21 licitações teriam sido alvo de tentativas de manipulação por parte do grupo de construtoras, que contava também com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS e Queiroz Galvão. De acordo com o portal G1, nesta segunda feira o Cade deverá iniciar um processo administrativo para analisar os fatos apresentados pela Camargo.
O acordo de leniência firmado pela empresa pode garantir imunidade processual e permite que ela continue disputando contratos com o setor público. O grupo de empresas envolvido com a prática do cartel se autodenominava Tatu Tênis Clube, em referência ao tatuzão, equipamento usado para escavar os túneis de metrô. De acordo com os depoimentos de executivos da empreiteira, em São Paulo existem indícios de conluio em obras nas linhas 2-Verde, linha 4-Amarela, 5-Lilás e Monotrilho, mas em alguns casos o acordo não teria se concretizado. Em nota, a assessoria do Metrô paulista informou que tem interesse na “apuração das denúncias”, e que “continua à disposição das autoridades”.