O esquema para manipular licitações do metrô em São Paulo e mais 7 lugares
Camargo Corrêa fecha acordo de leniência, a delação das empresas, com o Cade, e entrega cartel
Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a caixa de pandora de um esquema
multimilionário de cartel para construção e ampliação de linhas do metrô
no país. Segundo as informações prestadas pela empresa, o grupo
operou entre 1998 e 2014 nos Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Bahia, Ceará, Rio
Grande do Sul e no Distrito Federal. No total, 21 licitações teriam sido alvo
de tentativas de manipulação por parte do grupo de construtoras, que contava
também com as empreiteiras Andrade Gutierrez, Odebrecht,
OAS e Queiroz Galvão. De acordo com o portal G1, nesta segunda feira o Cade
deverá iniciar um processo administrativo para analisar os fatos apresentados
pela Camargo.
O
acordo de leniência firmado pela empresa pode garantir imunidade processual e
permite que ela continue disputando contratos com o setor público. O grupo de
empresas envolvido com a prática do cartel se autodenominava Tatu Tênis Clube, em
referência ao tatuzão, equipamento usado para escavar os túneis de metrô. De
acordo com os depoimentos de executivos da empreiteira, em São Paulo existem
indícios de conluio em obras nas linhas 2-Verde, linha
4-Amarela, 5-Lilás e Monotrilho, mas em alguns casos o acordo não teria se
concretizado. Em nota, a assessoria do Metrô paulista
informou que tem interesse na “apuração das denúncias”, e que “continua à
disposição das autoridades”.