Adriana Ancelmo deixa prisão domiciliar para voltar para a cadeia
Ex-primeira-dama deve cumprir a prisão preventiva na cadeia. Foi o que decidiu a maioria da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
ex-primeira-dama do Rio de Janeiro Adriana Ancelmo deixou nesta quinta-feira (23) o seu apartamento no Leblon, na Zona Sul, onde cumpria prisão domiciliar, para voltar para a cadeia.
A decisão de revogar a prisão domiciliar e restabelecer a prisão preventiva na cadeia foi decidida na tarde desta quinta pela maioria da 1ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Por 3 votos a 2, a Justiça aceitou o pedido de prisão preventiva, feito
pelo Ministério Público Federal (MPF), e colocou fim ao benefício da
prisão domiciliar. O mandado de prisão foi expedido após a audiência.
O relator Marcello Granado deu o primeiro voto a favor da volta de
Adriana à prisão, seguido por Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. Simone
Schreiber e Ivan Athié, que presidiu a sessão, votaram contra, mas a
maioria já estava formada.
Advogado de Adriana Ancelmo, Renato Moraes disse que irá recorrer da
decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Os filhos têm direito,
não ela. Por ter um filho de 12 anos, ela tem direito à prisão
domiciliar”, explicou.
"A defesa de Adriana Ancelmo, por discordar da decisão por maioria
proferida pelo Tribunal Regional Federal, dela recorrerá, por meio de
habeas corpus, o mais breve possível, visando a restabelecer a prisão
domiciliar, por ser legal, justa e humana a medida", acrescentou a
defesa da ex-primeira-dama, em nota.
Para a procuradora-regional da República Monica de Ré, a decisão
poderia ter ocorrido antes. “Os advogados protelaram esse julgamento por
sete meses para que ela ficasse em casa”, disse. “A família tem irmãos
maiores, tem tios, governanta, que cuidam dessas crianças.”
Em abril, o mesmo colegiado havia votado pela prisão preventiva em uma
unidade prisional --foram 2 votos a 1. Como não houve unanimidade, o TRF
determinou o cumprimento de prisão domiciliar até o julgamento do
recurso da defesa, o que ocorreu nesta quinta-feira.
Adriana Ancelmo foi presa em 2016 na Operação Calicute. Em setembro
deste ano, ela foi condenada a 18 anos e 3 meses de prisão pelo crime de
lavagem dinheiro e por ser beneficiária do esquema de corrupção
comandado pelo marido, Sérgio Cabral.
A ex-primeira-dama chegou a passar algumas semanas presa no complexo de
Gericinó, mas, com decisão de Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal
Criminal, conseguiu a partir de abril cumprir a pena em prisão
domiciliar. Sua saída do sistema prisional ocorreu antes do fim das
obras de reforma no presídio de Benfica, na Zona Norte, para onde foram
levados Cabral e outros presos da Lava Jato.