Justiça adia novamente depoimentos de Cunha e Funaro
O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em
Brasília, adiou mais uma vez os interrogatórios do ex-presidente da
Câmara Eduardo Cunha (PMDB) e do corretor Lúcio Funaro na ação que
investiga desvios na Caixa Econômica Federal. Eles iriam prestar
depoimento nesta terça-feira, 10, com continuidade na quarta-feira, 11.
Ainda não há data marcada para os novos depoimentos, que devem
ficar para a próxima semana. Os sucessivos adiamentos têm como pano de
fundo o compartilhamento da delação de Funaro, que ainda não chegou à
Justiça Federal. O acordo de delação do corretor foi celebrado pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
Decisão liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
determinou que as defesas devem ter aceso formal à íntegra da delação
para a realização das sessões. O pedido foi feito pelos advogados do
ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também alvo do processo.
Os advogados alegaram risco de “cerceamento do direito de defesa”.
Henrique Alves também prestaria depoimento na ação nesta semana.
Até a tarde desta segunda-feira, 9, os documentos da delação
de Funaro não haviam chegado à 10ª Vara. Quando o material chegar, a
Justiça Federal ainda precisará abrir prazo para a defesa ter acesso aos
documentos.
Em seus depoimentos, o corretor trouxe novas informações sobre
os desvios no banco público, investigados na Operação Sépsis –
conduzida pela 10ª Vara da Justiça Federal.
Cunha foi transferido de Curitiba para Brasília para seu
interrogatório, mas diante do novo adiamento o juiz deve decidir o que
fazer com a situação do ex-deputado. Ele pode ter o prazo de permanência
prorrogado ou voltar a Curitiba, onde está preso, e prestar o
depoimento por videoconferência.