TSE diz que candidatura avulsa ‘compromete totalmente a segurança da eleição’
Um dia antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) discutir a
possibilidade de candidaturas avulsas, o Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) encaminhou nesta terça-feira, 3, à presidente do STF, ministra
Cármen Lúcia, estudo em que alerta para os riscos do lançamento de
candidatos sem vinculação partidária nas próximas eleições.
Para o TSE, a possibilidade de candidaturas avulsas
“compromete totalmente a segurança da eleição brasileira, especialmente a
eleição proporcional”.
“A regulamentação do nosso sistema eleitoral está baseada na
obrigatoriedade de que as candidaturas estejam vinculadas a partidos”,
diz a nota técnica do TSE, ressaltando que o horário eleitoral na TV e
no rádio é calculado a partir do tamanho da bancada de cada partido na
Câmara dos Deputados.
“A permissão de coligações partidárias nas eleições
proporcionais também impõe que os cálculos sejam feitos tomando-se por
base os partidos”, observa o TSE.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou ontem
parecer ao STF no qual defende a possibilidade de que haja candidaturas
avulsas nas campanhas eleitorais no Brasil. Em parecer, Raquel sustentou
que, com base no Pacto de São José da Costa Rica e por ausência de
proibição constitucional, é possível haver candidaturas avulsas no
sistema eleitoral brasileiro.
Dados
O TSE alega que os dados de um candidato nas urnas eletrônicas
estão associados a um partido e que qualquer alteração demandaria o
desenvolvimento de um novo software para as máquinas, “o que também
comprometeria a segurança do processo de votação e da totalização dos
votos, sem falar no retrabalho e no imenso aumento de custos”.
“Ressalte-se que mais de 80% dos softwares que serão
utilizados nas eleições já estão prontos e sendo testados, visando
apenas corrigir eventuais falhas”, alerta a nota técnica do TSE.