Dos 44 votos a favor de Aécio, 19 são alvo da Lava Jato
Dos 44 senadores que votaram ontem para derrubar as medidas
cautelares impostas ao tucano Aécio Neves (MG), ao menos 19 (43,2%) são
alvo da Operação Lava Jato. A maior parte deles (10) é do PMDB, partido
que mais deu votos a favor do senador mineiro – foram 18 no total.
Apenas dois senadores do PMDB votaram por manter a decisão da
Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que afastou e
determinou o recolhimento noturno de Aécio. Foram contrários ao tucano
Kátia Abreu (PMDB-TO), também alvo da Lava Jato, e Roberto Requião
(PMDB-PR).
Também partiu dos investigados as defesas mais enfáticas para
que o Senado barrasse as restrições impostas a Aécio. O líder do
governo, Romero Jucá (PMDB-RR), por exemplo, foi um dos cinco a
discursar em defesa do tucano. Mesmo em recuperação de uma cirurgia, ele
descumpriu recomendação médica para participar da sessão e ajudar a
“salvar” o colega. “Quis Deus que eu tivesse a saúde para que, depois de
operado, estivesse aqui hoje também para falar desta tribuna como
último orador”, disse o senador no discurso.
Também fazem parte da lista nomes como Renan Calheiros
(PMDB-AL), Jader Barbalho (PMDB-MA) e Valdir Raupp (PMDB-RR). No PSDB,
que deu 10 dos 11 votos possíveis a favor do correligionário, três
senadores são alvo da Lava Jato: Antonio Anastasia (MG), Cássio Cunha
Lima (PB) e José Serra (SP). Apenas Ricardo Ferraço (ES), também
investigado, não compareceu à votação.
Dos 26 que votaram contra o tucano, seis são alvo da Lava
Jato. Entre eles o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da bancada. O
partido chegou a divulgar uma nota, logo após o afastamento de Aécio,
na qual defendeu o enfrentamento com o Supremo, mas recuou após
repercussão negativa.