Ministro do TSE diz que mulher registrou agressão por ‘desestabilidade
emocional’
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
Admar Gonzaga, enviou uma manifestação ao ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), Celso de Mello, para explicar as acusações de que teria agredido a
mulher, Élida Souza Matos. De acordo com Admar, a mulher havia recebido a
notícia de uma doença, bebido vinho sem se alimentar e uma crise de ciúmes
acabou desencadeando a briga entre os dois.
“Não são fatos, mas a versão expressada por uma
pessoa acometida de grave crise de ciúmes, e que havia degustado algumas taças
de vinho a mais, sem o acompanhamento de adequada alimentação. Assim como
agravante para a desestabilidade emocional, sucedeu-se a descoberta de doença
autoimune, denominada esclerodermia, conforme já revelado em petição da própria
requerente, muito atormentada pela exposição que estamos sofrendo”, alegou
Admar.
O ministro também deu explicações para o hematoma
do olho de sua esposa e disse que ela escorregou em um enxaguante bucal e bateu
o rosto na banheira. “Tal lesão, pelo que me recordo, foi causada pelo tombo
que se sucedeu ao escorregão que sofreu sobre o Listerine, e que a levou a
bater com o rosto na banheira, mas jamais em face do alegado empurrão em seu
rosto.”
Admar confirmou que empurrou a mulher, mas disse
que o fez em sua defesa e “que o movimento não foi empregado como meio
deliberado de agressão”. O ministro anexou na manifestação fotos de seu rosto
após suposta agressão de Élida. Segundo ele, seus movimentos foram “em minha
própria defesa, com o rosto virado em proteção aos meus olhos, ou seja, sem
enxergar a minha esposa, que investia com suas unhas contra meu corpo, o que
meu causou muitas feridas e me deixaram marcas permanentes”, disse. “Algumas
muito próximas ao meu olho direito, o que poderia ter resultado em algo bem
mais grave e permanente, conforme comprovam os impressos fotográficos em
anexo”.
Em relação às supostas agressões verbais, o
ministro disse que jamais dirigiria ofensas a qualquer mulher “muito menos
àquela que sempre me dirigi como o amor da minha vida”. “De fato, ao ver aquela
reação absolutamente descabida, desproporcional e distinta de todas as demais
até então – me atacando com as unhas diretamente no rosto -, disse a ela que
estava se comportando como uma mulher à toa, mas jamais disse que ela era uma
prostituta ou algo semelhante”, afirmou o ministro.
Denúncia e retratação
Élida chegou a registrar no dia 23 de junho um
boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia contra o marido, por violência
doméstica. Exibindo um ferimento no olho, ela relatou que tinha sido agredida
física e verbalmente por Admar. Horas depois, no entanto, ao voltar para casa,
decidiu fazer uma retratação. Por conta da Lei Maria da Penha, no entanto, o
processo teve continuidade e tramita no STF, já que Admar tem foro
privilegiado.