A segunda chance de Temer… e o circo de horrores
Com a
vitória na Câmara, Temer conquistou uma nova oportunidade para reorganizar a
base e seguir na aprovação das reformas. Resta saber como se comportará daqui
em diante um Congresso que só se move ao sabor de suas conveniências e
interesses mais mesquinhos(ISTOÉ).
O presidente Michel Temer ganhou muito mais do que
uma sobrevida. Ao vencer o embate no plenário por 263 votos a 227 e mandar para
o arquivo a denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, contra ele por corrupção passiva, o governo exibiu musculatura política
para reaglutinar as forças no Congresso e conseguir manter-se na trilha da
aprovação das reformas necessárias ao País, como a da Previdência, a Tributária
e a Política. Por isso, o triunfo na Câmara constituiu mais do que uma simples
vitória. Foi a vitória da responsabilidade contra aqueles interessados em
manter o País debaixo da névoa oportunista da instabilidade. Tudo para poderem
voltar em 2018 na condição de salvadores da Pátria – de araque. “Pela votação
que tivemos (263 votos), falta pouco para chegar ao quorum constitucional (308
votos)”, comemorou o ministro Moreira Franco. Ao contrário do que alardeia a
oposição, em seu alarido renitente, o governo demonstrou ser capaz de domar as
rédeas da governabilidade. A sensação entre os governistas é que Temer, hábil
na ação de bastidor e mestre na arte da articulação política, soube medir o
pulso do Parlamento conseguindo, com isso, pavimentar o terreno para as
próximas batalhas.
FACES DA MESMA MOEDA Rodrigo
Maia articulou a favor de Temer, embora ainda sonhasse com o Planalto.
Vencida a primeira etapa, o Planalto já prepara o
que internamente chama de segunda fase do governo. Nos próximos dias, serão
traçadas metas destinadas a solucionar a crise fiscal – prioridade zero do
governo no momento. No campo político, onde todo cuidado é pouco, a ideia é
apressar as votações da agenda econômica, estabelecida desde o início do
mandato. Evidente, no horizonte, ainda se descortina uma possível segunda
denúncia do procurador-geral contra Temer. Mas os aliados do governo calculam
que ela virá com um peso bem menor – na verdade, a peça jurídica perde força a
cada átimo de tempo, na ritmada contagem regressiva para a despedida de Janot
do cargo. Entre os auxiliares do presidente, reina a convicção de que Temer não
apenas conquistou um resultado expressivo, ao enterrar a primeira denúncia
contra ele formulada pela PGR, como saiu da votação na Câmara muito maior do que
entrou.