Aprovada para a PGR, Raquel Dodge superou sabatina com habilidade
Futura procuradora-geral da
República, Raquel Dodge teve que superar inúmeras barreiras para chegar ao dia
em que se sentou diante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Antes da sabatina, havia uma
especial tensão porque vários dos seus inquiridores se sentem ameaçados pelo
Ministério Público Federal.
Com habilidade, ela respondeu a
todas as perguntas, mas com o cuidado de não se comprometer com aquilo que
alguns dos seus interlocutores na CCJ gostariam: apontar alguma mudança na
atuação do Ministério Público e na Operação Lava Jato.
Em mais de sete horas de sabatina, Dodge se alimentou uma vez, numa pausa no início da tarde. O Senado providenciou um lanche levado à Comissão com salgados, biscoitos, sanduíches pequenos, chá-mate e suco.
Em mais de sete horas de sabatina, Dodge se alimentou uma vez, numa pausa no início da tarde. O Senado providenciou um lanche levado à Comissão com salgados, biscoitos, sanduíches pequenos, chá-mate e suco.
Raquel Dodge é a primeira mulher
a chegar ao posto de Procuradora Geral da República. Há muito tempo ela consta
na lista daquelas que poderiam chegar ao cargo.
Com votação expressiva no parlamento, Raquel se emocionou ao ver o placar final. Concretizou o que era uma possibilidade e isso tem a importância na quebra da hegemonia masculina.
Só homens a antecedem, mas no futuro ter homem ou mulher no comando do Ministério Público será algo natural. E a lista de procuradoras que tem atuado de forma combatente no MPF é grande.
Com votação expressiva no parlamento, Raquel se emocionou ao ver o placar final. Concretizou o que era uma possibilidade e isso tem a importância na quebra da hegemonia masculina.
Só homens a antecedem, mas no futuro ter homem ou mulher no comando do Ministério Público será algo natural. E a lista de procuradoras que tem atuado de forma combatente no MPF é grande.
Dodge chega com a bagagem de já
ter atuado em diversas áreas, inclusive no combate à corrupção: caso da Operação Caixa de Pandora,
que apurou a distribuição de recursos ilegais à base aliada do governo do
Distrito Federal e resultou na prisão do ex-governador José Roberto Arruda, o
primeiro no exercício do mandato.
Na ocasião, Raquel foi a
responsável por produzir a denúncia contra todos os acusados do vasto esquema.
Em outra atuação importante,
Dodge fez parte da força-tarefa que investigou o esquadrão da morte comandando
pelo ex-coronel da PM e ex-deputado federal Hildebrando Pascoal.
O caso aconteceu na década de 90, no Acre, e ficou conhecido como crime da motosserra. Dodge foi a única mulher a participar da força-tarefa e atuou voluntariamente para ajudar nas investigações.
O caso aconteceu na década de 90, no Acre, e ficou conhecido como crime da motosserra. Dodge foi a única mulher a participar da força-tarefa e atuou voluntariamente para ajudar nas investigações.
Como coordenadora da 2ª Câmara
de Coordenação e Revisão, liderou a criação dos grupos de transição no MPF que
tratam de crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura
militar (1964 a 1985).
"O cerne do conceito de
justiça de transição, criado há poucas décadas, inclui, a um só tempo, acesso
das vítimas à verdade, à justiça penal e à reparação", escreveu Dodge em
um relatório sobre o tema. Desses grupos saíram as primeiras investigações e
ações penais por crimes cometidos no regime.
Raquel já disse ao blog que a
Lava Jato continuará a ser aprimorada para garantir celeridade tanto no
arquivamento dos casos em que não há elementos mínimos de crime, quanto para
obter as condenações devidas.
Uma trajetória que parece não
querer desprezar os erros do passado e os desafios do presente