Tribunal
Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) decidiu nesta terça-feira (18) manter em
prisão preventiva o ex-deputado Eduardo Cunha. Ex-presidente da Câmara, Cunha
está preso desde outubro do ano passado em Curitiba.
No julgamento, a 3ª
Turma do TRF-1 analisou decreto de prisão recente, determinada em junho pela
Justiça Federal em Brasília, baseada nas operações Cui Bono e Sépsis, que
apuram irregularidades na concessão de empréstimos pela Caixa com recursos do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Por
unanimidade, os três desembargadores entenderam que a prisão preventiva deve
ser mantida, em razão do risco de novos crimes, especialmente lavagem de
dinheiro na movimentação de contas no exterior.
Além dessa prisão
preventiva, Cunha é mantido encarcerado por outras três decisões judiciais: uma
da Justiça Federal em Curitiba, outra da Justiça Federal em Natal, e uma
terceira determinada pelo Supremo Tribunal Federal, em Brasília.
Assim, mesmo que
obtivesse decisão favorável no TRF-1, ele ainda permaneceria preso no Paraná.
No julgamento desta
terça, a defesa de Cunha alegou que não havia, no decreto de prisão de
Brasília, ligação do ex-deputado com contas no exterior que receberam dinheiro.
A prisão, disse o
advogado Délio Lins e Silva Júnior, se basearia exclusivamente na delação de um
empresário que disse ter enviado propina para contas indicadas por Cunha.
Relator do pedido de
liberdade, o desembargador Ney Bello levou em conta a acusação de que Cunha
teria praticado o crime de lavagem por 321 vezes, apontando a habitualidade com
que poderia esconder dinheiro em contas fora do Brasil.
“Só a existência dessas
contas, com depósitos feitos a pedido de Eduardo Cunha, dá a segurança para
dizer que há um processo continuo de lavagem de dinheiro”, afirmou no julgamento.(Fonte: G1)