STF julga 1º caso da Lava Jato e pode condenar deputado Nelson Meurer
Quatro anos após o início da Operação Lava Jato e 3 após as primeiras denúncias no STF (Supremo Tribunal Federal), o tribunal julga nesta terça-feira (15) a 1ª ação penal sobre o esquema de corrupção na Petrobras. A 2ª turma do STF irá decidir se condena ou absolve o deputado Nelson Meurer (PP-PR), acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro.
O julgamento ocorre duas semanas após o STF restringir o foro privilegiado, apontado como sinônimo de impunidade por seus críticos. Enquanto políticos escaparam até agora na Suprema Corte, na 1ª instância, o juiz Sérgio Moro condenou 123 pessoas, incluindo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antonio Palocci e José Dirceue o empresário Marcelo Odebrecht.
Das 36 denúncias feitas pela Procuradoria-Geral da República no esquema de corrupção, apenas 7 se tornaram ações penais, de acordo com dados do Ministério Público Federal.
Após o julgamento de Meurer, o próximo caso da Lava Jato no STF que deve ser julgado é o da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT. Ela e o marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, respondem por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A expectativa é que o revisor, ministro Celso de Mello, libere o caso para julgamento ainda neste semestre.
Também são réus em processos no STF referentes à Lava Jato os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Fernando Collor (PTC-AL), Romero Jucá (MDB-RR), Valdir Raupp (MDB-TO) e Agripino Maia (DEM-R). O STF aceitou ainda denúncia contra os deputados Luiz Fernando Faria (PP-MG), José Otávio Germano (PP-RS), Vander Loubet (PT-MS) e Aníbal Gomes (DEM-CE).
Candidato à Presidência em 2014, Aécio é réu por corrupção passiva e obstrução de Justiça, acusado de pedir R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
Já Collor, ex-presidente e candidato ao Palácio do Planalto neste ano, é acusado de receber mais de R$ 30 milhões em propina.