Paulo Paim afirma que pressão sobre STF antes de julgamento de Lula é legítima
Às vésperas do julgamento do habeas corpus para evitar a prisão do ex-presidente do Luiz Inácio Lula da Silva e diante da pressão sobre o STF (Supremo Tribunal Federal)sobre a prisão após condenação em 2ª instância, o senador Paulo Paim (PT-RS) descarta risco de conflito e afirma que as manifestações são legítimas.
"Os lados estão se movimentando, a favor e contra. Numa democracia, é uma manifestação legítima. Não pode partir para a violência, para a agressão. Não pode partir para ofensas pessoais, mas expressar seu ponto de vista é direito", afirmou o petista ao HuffPost Brasil.
Na terça-feira (3), foram registradas manifestações em 23 estados e no DF em relação ao cumprimento da pena do ex-presidente. Houve tanto quem defendeu a prisão quanto quem a criticou.
Pré-candidato à Presidência da República, Lula foi condenado pelo TRF-4 (Tribunal Superior Eleitoral) a 12 anos e 1 mês por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. No habeas corpus, a defesa pede que ele possa responder em liberdade ao processo até o final do processo.
Caso o pedido seja concedido, a decisão poderá abrir brecha para que outros condenados em 2ª instância não sejam presos. Na própria sessão do plenário do STF, uma questão de ordem poderá ser levantada para que a corte decida se o julgamento muda a jurisprudência. Nesse caso, pelo menos 9 presos da Operação Lava-Jato poderiam ser beneficiados.
De acordo com Paim, a 1ª vitória do PT foi conseguir marcar o julgamento. Ele não fez previsões sobre o resultado. "Nós fizemos muito para que fosse votado no plenário. Vamos respeitar a decisão final tomada pelo Supremo Tribunal Federal. Qualquer um que disser que sabe exatamente o que vai acontecer, não sabe nada", afirmou.
Desde o fim de fevereiro, deputados e senadores petistas procuraram a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, para que a magistrada marcasse a data do julgamento do habeas corpus.