Sem previsão de votar reforma da Previdência, Congresso deve discutir nesta semana casamento gay e aborto
Governo quer votar reforma neste ano e, como ainda não tem votos para aprovar, proposta pode ser pautada só na semana que vem. Fim do foro privilegiado também pode ser discutido.
Sem previsão de votar a proposta de reforma da Previdência Social nos
próximos dias, o Congresso Nacional deverá analisar nesta semana
projetos que tratam do casamento entre pessoas do mesmo sexo e do
aborto.
O governo quer votar a reforma ainda neste ano, mas, como a base aliada
indica que não há o número de votos suficientes para aprovar as
mudanças, a proposta pode ser pautada só na semana que vem.
Casamento gay
Os senadores podem votar nesta semana um projeto que altera o Códico
Civil para assegurar em lei o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Se
for aprovada, a proposta será enviada à Câmara.
O projeto foi apresentado pela senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) e
estabelece como entidade familiar a "união estável entre duas pessoas".
Atualmente, o Código Civil considera entidade familiar somente a "união
estável entre o homem e a mulher".
Relator da proposta, Roberto Requião (PMDB-PR) acrescentou ao projeto
adequações a serem feitas no Código Civil. Requião quer substituir nos
trechos relativos a união estável e casamento palavras como "marido" e
"mulher" por "duas pessoas" ou "cônjuges".
Desde 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) reconhecem a união estável entre casais gays. Além disso,
em 2013, uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) obrigou
cartórios a realizar casamentos entre pessoas do mesmo sexo e a
converter união estável entre duas pessoas do mesmo sexo em casamento.
Desde então, casamentos entre dois homens ou duas mulheres têm sido
realizados, mas Marta Sulplicy argumenta que somente uma lei dará
"segurança jurídica" a essas uniões e evitará possíveis contestações à
celebração dos casamentos.
O projeto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
do Senado e seguiria direto para a Câmara, mas, como a proposta
enfrenta resistência por parte de alguns parlamentares, senadores da
bancada evangélica recorreram para que o tema fosse analisado pelo
plenário do Senado.