DE OLHO NOS EVANGÉLICOS
Partidos em disputa pelo capital político dos evangélicos para 2018
Número de membros da religião saltou 61% em dez anos e criou um estoque de barganha eleitoral aos pastores
Dois meses antes das eleições mais acirradas da história brasileira, a mandatária máxima do país e candidata à reeleição, Dilma Rousseff
(PT), uma ex-guerrilheira que já deixou escapar sua visão agnóstica, se
deslocou de Brasília até São Paulo para assistir a um culto evangélico
de quase três horas. A exposição foi marcada pela fala de um pastor, que
contou sobre a época em que fumava "até cem pedras de crack por noite".
"O vício é um espírito, um encosto, que domina o sistema nervoso",
explicava ele, já "curado pela fé", diante de uma plateia que, além de
Rousseff, reunia a nata do poder brasileiro: o então vice-presidente
Michel Temer, ministros, o governador e o prefeito de São Paulo e os
membros mais importantes do parlamento do país
Naquele julho de 2014 eles participavam da inauguração do Templo de Salomão,
a mega-igreja de 100.000 metros quadrados com capacidade para receber
até 10.000 fiéis construída no centro da maior capital do país pelo
bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus. A IURD,
sigla pela qual é conhecida, é uma das principais expoentes da religião
evangélica, doutrina que mais cresce no Brasil. Estava ali, naquela convenção suprapartidária,
o retrato fiel da importância política que os evangélicos adquiriram no
país nos últimos anos. Ninguém pode correr o risco de desagradá-los, de
olho em um apoio para as próximas eleições. (Fonte: EL PAIS)
-