‘Eu não pedi a cabeça do ministro’, diz Rodrigo Maia sobre Torquarto
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
tentou botar panos quentes no debate que travou pela imprensa com o
ministro da Justiça, Torquarto Jardim. “Eu não pedi a cabeça do
ministro. Fiz uma crítica ao que o ministro falou”, disse a jornalistas
após participar do Seminário Internacional de Direito do Trabalho,
realizado pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL).
Na quarta-feira, 1º, Maia cobrou que Torquato apresentasse
provas sobre as “graves acusações” contra o comando da segurança pública
no Estado do Rio. O ministro disse que a polícia militar do Estado não
possui comando e que há muitos oficiais de altas patentes envolvidos com
o crime organizado. Disse ainda que toda essa situação é do
conhecimento do governo. “Acho que ali dentro tem muita verdade, mas não
sei se é uma verdade que deveria estar na imprensa. Não sei se ela
deveria estar restrita aos órgãos de investigação da esfera federal para
que a gente possa desmontar essa vinculação que possa existir entre
parte da polícia e o crime organizado”, defendeu o presidente da Câmara.
Para Maia, a postura de Torquato poderia até caber bem se ele
fosse um analista, e não um membro do governo. O presidente da
República, Michel Temer, teria pedido para que o ministro não revidasse
as críticas feitas pelo presidente da Câmara, de acordo com o Broadcast.
“Acho que se ele fosse analista, se ele fosse professor da PUC ou da
UFRJ, seria uma ótima entrevista. Um diagnóstico até com muitos acertos.
Mas quando vai para a imprensa, eu não sei o que os órgãos de
inteligência estão trabalhando nesta linha. Talvez eles tenham sido
prejudicados. Essa foi minha crítica. Nada além disso”, minimizou.