O procurador de Justiça Márcio Christino, do Ministério Público de São Paulo, conhece bem o Primeiro Comando da Capital.
Foi ele quem tomou o depoimento de José Márcio Felício, o Geleião,
fundador e líder da facção que caiu em desgraça e optou com colaborar
com as autoridades. Agora, em seu livro Laços de Sangue, A História Secreta do PCC (Editora Matrix, 2017), Christino e o jornalista Claudio Tognolli narram a delação de outro cabeça da organização: Marcos Willians Herbas Camacho,
49, conhecido como Marcola ou Playboy. De acordo com o livro, ele teria
fornecido para as autoridades os números de telefone de Geleião e
Dionísio César Leite, o Cesinha, que acabaram isolados no sistema
penitenciário. Assim Marcola teria chegado ao topo da facção.
“Depois de ascender à liderança do PCC, o vaidoso Marcola almejou mais.
Ele queria ser o líder do PCC. Mas de que maneira ele neutralizaria
Cesinha e Geleião? Ele virou um informante”,
escrevem os autores. Exposto no livro, o futuro de Marcola, preso em
Presidente Bernardes, agora é incerto: se por um lado no crime a delação
se paga com a vida, existe uma tendência dos integrantes do grupo de
desacreditar as informações de Chrsitino e Tognolli. De qualquer forma,
“vai atingir aquela imagem que todo mundo, não apenas os membros da
facção, tem do Marcola como intocável”, diz o procurador.