segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ATÉ MARCOLA VIROU DELATOR

O procurador de Justiça Márcio Christino, do Ministério Público de São Paulo, conhece bem o Primeiro Comando da Capital. Foi ele quem tomou o depoimento de José Márcio Felício, o Geleião, fundador e líder da facção que caiu em desgraça e optou com colaborar com as autoridades. Agora, em seu livro Laços de Sangue, A História Secreta do PCC (Editora Matrix, 2017), Christino e o jornalista Claudio Tognolli narram a delação de outro cabeça da organização: Marcos Willians Herbas Camacho, 49, conhecido como Marcola ou Playboy. De acordo com o livro, ele teria fornecido para as autoridades os números de telefone de Geleião e Dionísio César Leite, o Cesinha, que acabaram isolados no sistema penitenciário. Assim Marcola teria chegado ao topo da facção.
“Depois de ascender à liderança do PCC, o vaidoso Marcola almejou mais. Ele queria ser o líder do PCC. Mas de que maneira ele neutralizaria Cesinha e Geleião? Ele virou um informante”, escrevem os autores. Exposto no livro, o futuro de Marcola, preso em Presidente Bernardes, agora é incerto: se por um lado no crime a delação se paga com a vida, existe uma tendência dos integrantes do grupo de desacreditar as informações de Chrsitino e Tognolli. De qualquer forma, “vai atingir aquela imagem que todo mundo, não apenas os membros da facção, tem do Marcola como intocável”, diz o procurador.