Raquel Dodge pede ao Supremo para ouvir Temer sobre MP dos Portos
A procuradora-geral da República
Raquel Dodge requereu ao Supremo Tribunal Federal autorização para tomar o
depoimento do presidente Michel Temer no inquérito que investiga a MP dos
Portos. A investigação aponta para supostos crimes de corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. A petição de Raquel foi endereçada ao ministro Roberto
Barroso, relator do inquérito.
Além de Temer são citados na
investigação executivos da empresa Rodrimar e o ex-assessor especial do
presidente Rodrigo Rocha Loures, o “homem da mala” – ele foi filmado pela
Polícia Federal em abril com 10 mil notas de R$ 50 na mala preta, somando R$
500 mil em propina viva da JBS.
A procuradora pediu mais 60 dias
para concluir a investigação.
O inquérito foi aberto por
autorização do ministro Luis Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). A
necessidade de uma investigação sobre a edição do Decreto dos Portos foi
inicialmente apontada pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em
junho, quando a Procuradoria-Geral da República enviou ao Tribunal a denúncia
contra o Temer por corrupção passiva.
Apesar de a petição da PGR
falando da necessidade de investigação ter sido enviada em junho, apenas no dia
31 de agosto ela se manifestou a respeito da relatoria. Após verificar que não
haveria conexão desta investigação com um inquérito que já tramitou no Supremo
sobre o Porto de Santos e foi arquivado em 2011, Janot pediu a livre
distribuição do pedido de abertura de inquérito entre todos os ministros. No
sorteio, o escolhido foi Barroso.
As suspeitas sobre Temer em
torno da edição do Decreto dos Portos surgiram a partir de uma conversa de
pouco mais de 2 minutos com Loures interceptada pela Polícia Federal em 4 de
maio. Loures, que foi assessor especial da Presidência, estava grampeado. O
deputado tentava saber sobre a assinatura do Decreto dos Portos e Temer
informou o parlamentar que iria assinar o decreto na outra semana.