Raquel Dodge oficializa mudança no grupo de trabalho da Lava Jato
A nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge,
oficializou em portarias a troca no grupo de trabalho da Lava Jato. A
nova equipe composta por Raquel para conduzir as investigações na PGR é
formada por oito procuradores, sendo que apenas dois já estavam no grupo
do ex-procurador-geral Rodrigo Janot.
Além disso, Raquel estabeleceu um prazo de 30 dias de
transição, durante os quais cinco integrantes do grupo de Janot ajudarão
nos trabalhos da Lava Jato, entre eles o último coordenador da equipe,
promotor Sérgio Bruno. As portarias foram publicadas no Diário Oficial
(DOU) de desta terça-feira, 19.
O grupo de trabalho da operação, conhecido como GT, será
coordenado pelo procurador José Alfredo da Silva. A equipe ficará
subordinada, no entanto, à Secretaria de Função Penal, de
responsabilidade da procuradora Raquel Branquinho. Os dois já
trabalharam juntos na época da denúncia do mensalão.
Farão parte do GT ainda os procuradores Hebert Mesquita, José
Ricardo Teixeira Alves, Luana Vargas Macedo, Marcelo Ribeiro de
Oliveira, Maria Clara Barros Noleto e Pedro Jorge do Nascimento Costa.
Os dois últimos já integravam o grupo durante a gestão de Janot.
Foi Maria Clara quem identificou o áudio em que os empresários
Joesley Batista e Ricardo Saud conversam sobre suposta orientação para
fechar a delação premiada, que os fez perder o acordo com a PGR.
Dois outros integrantes do grupo de Janot – Rodrigo Telles e
Fernando Alencar – haviam sinalizado a intenção de permanecer no GT, mas
foram incluídos no grupo de transição e, portanto, devem deixar a
investigação dentro de 30 dias.
O GT conduz as investigações da Lava Jato sob responsabilidade
da PGR e atuação perante o Supremo Tribunal Federal – ou seja, os casos
em que os investigados são autoridades com foro privilegiado.
Pela portaria assinada por Raquel Dodge, os integrantes do
grupo de trabalho poderão colher depoimentos e participar de outros atos
de produção de provas, participar de audiências relacionadas a Lava
Jato que sejam conduzidas por juízes auxiliares do STF, pedir
informações e documentos necessários às investigações. O grupo também é
autorizado a participar de negociações para celebrar acordos de delação
premiada.
As reuniões de transição entre uma parte da equipe de Raquel e
o grupo de Janot já vinham acontecendo ao longo do último mês. No
entanto, as informações sigilosas da Lava Jato só puderam começar a ser
passadas para a nova equipe a partir da posse, nesta segunda-feira, 18.
Segundo procuradores, a própria nova procuradora-geral estabeleceu que
as informações sigilosas só deveriam ser compartilhadas após a
oficialização no cargo.
Raquel também oficializou os principais nomes de sua gestão.
Ao todo, foram efetivados 16 nomes, incluindo Luciano Mariz Maia, como
vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, como
vice-procurador-geral eleitoral, e Zani Cajueiro, como secretária-geral
do MPU.
Também foi nomeada Mara Elisa de Oliveira, que chefiará o
gabinete da PGR, além dos titulares de áreas como direitos humanos,
eleitoral, cooperação internacional e assessoria de comunicação.