Mobilização de apoio a Lula tem pouca adesão
O Partido dos Trabalhadores (PT)
conseguiu mobilizar apenas alguns milhares de manifestantes nos protestos
convocados por todo o Brasil para apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, condenado a nove anos e seis meses de prisão por corrupção e lavagem de
dinheiro.
Com a presença do próprio Lula,
o principal ato realizado nesta quinta, diante do Museu de Arte de São Paulo
(MASP), reuniu milhares de pessoas na Avenida Paulista.
No Rio de Janeiro, centenas de
pessoas ocuparam a Cinelândia. Em Brasília, o número de participantes não
passou de 200, constatou a AFP.
Lula foi condenado pelo juiz
Sérgio Moro no processo do apartamento tríplex no Guarujá oferecido ao
ex-presidente pela construtora OAS em troca de sua influência para obter
contratos na Petrobras.
Moro, juiz de primeira instância
na Operação Lava-Jato, ordenou na quarta-feira o bloqueio de contas bancárias e
propriedades de Lula. Nesta quinta-feira, o convocou para prestar depoimento –
provavelmente por videoconferência – no dia 13 de setembro em outro dos cinco
processos abertos contra o ex-presidente.
Essa opção, que deve ser aceita
pela defesa, evitaria tensões do confronto direto entre os dois homens que
polarizam o país desde o dia 10 de maio, em Curitiba, quando Lula denunciou
durante seu interrogatório uma “farsa” judicial.
Desde então, o embate fica cada
dia mais acirrado e, apoiado no arsenal de recursos de seus advogados e na sua
promessa de percorrer o Brasil para provar sua inocência, Lula se lançou ao
contra-ataque.
“Operação Lava-Jato, por favor,
mostra ao povo brasileiro alguma coisa de veracidade. Não estão brincando com
pouca coisa. Estão levando o país à destruição”, disse Lula nesta quinta.
Apesar de manter o carisma que o
tornou em astro da política internacional na década passada, Lula já não é mais
o presidente que deixou o poder há sete anos com mais de 80% de popularidade.
O protesto desta quinta-feira na
Cinelândia, no centro do Rio, reunia cerca de 200 pessoas.
Lula aparece como favorito na
pesquisa, mas é também o que tem a maior rejeição entre possíveis candidatos: o
salvador dos pobres para alguns é o líder da rede corrupção para outros.
– ‘Obsessão de voltar’ –
Nem Lula nem o Partido de los
Trabalhadores parece ter dúvidas sobre quem seria a melhor opção para superar a
abrupta saída de sua sucessora, Dilma Rousseff,
Na conversa com jornalistas
desta quinta, Lula admitiu que gostaria que houvesse “gente nova no PT
disputando 2018”, mas lamentou que não surjam novas lideranças.
Disposto a demonstrar que está em
forma, Lula publicou nesta semana um vídeo no qual aparece correndo na esteira
e levantando pesos.
“Agora tenho a obsessão de
voltar”, confessou. “Eu tenho com o que contribuir. Esse país não merece estar
passando pelo que está passando”.
Seu caminho de volta a Brasília,
contudo, deverá passar por Porto Alegre, sede do tribunal de segunda instância
que decidirá se a condenação de Moro será confirmada, o que tiraria Lula da
disputa eleitoral. Caso seja absolvido, Lula poderá concorrer.(Fonte: ISTOÉ).