Justiça
Federal do Paraná condena oito por terrorismo
Presos pela Operação Hashtag, em
julho de 2016, eles foram acusados de fazer parte de célula do Estado Islâmico
e de planejar atentados na Olimpíada do Rio
O juiz federal
Marcos Josegrei da Silva proferiu na tarde de hoje sentença condenando os oito
brasileiros denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por fazerem parte
de uma célula da organização terrorista Estados Islâmico (EI) no Brasil. O
magistrado ratificou a posição do MPF, que afirmou que os acusados difundiam os
ideais do EI e planejavam realizar um atentado em solo brasileiro. O grupo foi
desmantelado em julho passado, quando a Polícia Federal prendeu doze pessoas
acusadas de fazer parte da mesma célula, durante a Operação Hashtag – ocorrida
duas semanas antes da abertura da Olimpíada do Rio de Janeiro.
A maior pena, de 15 anos e 10 meses, foi imposta ao líder do
grupo, Leonid El Kadre, de 33 anos. Segundo o juiz, não restam dúvidas da
ascendência dele sobre os demais. Nas mensagens interceptadas pela Polícia
Federal, El Kadre era quem dava as ordens para os outros seguidores. Também
coube a ele o principal papel de recrutamento de adeptos, alguns
deles menores de idade. Por essa razão, ele também foi condenado pelo
crime de corrupção de menores.
E, ao contrário dos demais condenados, El Kadre possuía
antecedentes criminais, o que impediu a aplicação de qualquer atenuante. Em
2005, ele já havia sido sentenciado a 18 anos de prisão por homicídio. Depois
de um assalto, ele matou o comparsa a pedradas para não ter que dividir o
dinheiro. El Kadre – que está preso no presídio federal de Campo Grande –
iniciou uma greve de fome. Diz que é alvo de perseguição religiosa.
A segunda maior pena foi aplicada a Alisson Luan de Oliveira.
A ele foram impostos seis anos e onze meses de prisão. Oliveira foi, ao lado de
El Kadre, um dos principais insufladores da violência. Valendo-se de programas
de comunicação criptografada, ele foi um dos que mais deu sugestões de
atentados possíveis de serem praticados.