Delações
da Odebrecht: ex-deputado federal José Chaves é citado em depoimento sobre
'pagamentos indevidos'
Ex-executivo João Pacífico
relata pagamento de R$ 100 mil a pretexto de campanha eleitoral em 2010,
operacionalizado pelo Setor de Operações Estruturadas, conhecido como
'departamento de propina'.
ex-deputado federal José Chaves é citado em
depoimentos prestados por delatores durante as investigações da Operação Lava
Jato e enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF) para o ministro Luiz Edson Fachin.
A petição número 6.788 trata de informações de "pagamentos indevidos"
da empresa ao ex-deputado federal José Chaves, entre 2001 e 2002, e também no
ano de 2010, quando foi repassado, via caixa dois, um total de R$ 100 mil.
O ex-deputado federal José Chaves negou, por meio de nota,
"veemente o recebimento de recursos não contabilizados em sua
campanha". O político destacou ainda que "todas as contribuições
respeitaram a legislação e foram devidamente aprovadas pela justiça
eleitoral", em seus seis mandatos, e que, em 2014, optou por não disputar
um novo pleito. Chaves afirmou ainda que está à disposição das autoridades para
qualquer esclarecimento que se julgue necessário.
Os delatores João Antônio Pacífico Ferreira, José de Carvalho Filho e
Benedicto Barbosa da Silva Júnior, segundo a petição, citam em seus depoimentos
pagamentos indevidos feitos a pedido de José Severiano Chaves, ex-deputado
federal por Pernambuco.
O ex-executivo João Pacífico relata, em seu depoimento, contribuição em
2010 de R$ 100 mil para o ex-deputado, então no PTB. O dinheiro teria sido
repassado a pretexto de campanha eleitoral, operacionalizado pela equipe de
Hilberto Silva, responsável pelo Setor de Operações Estruturadas da empresa,
conhecido como departamento de propina.
Em seu depoimento, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht
em Brasília, José de Carvalho Filho, narra pagamentos feitos ao então deputado
federal no final de 2001 e início de 2002, quando José Chaves estava no PMDB.
Os valores não constam na petição.
O colaborador Benedicto Júnior apresentou provas de corroboração,
segundo a petição, relativas aos pagamentos de valores ilícios efetuados a José
Chaves.
A petição foi
encaminhadas para Justiça Federal em Pernambuco por causa da ausência de foro do
ex-deputado. São as instâncias inferiores que decidirão se as citações merecem
ser investigadas, juntadas a alguma investigação já em curso ou, simplesmente,
arquivadas por falta de provas.(G1 PE)