Delações da Odebrecht: depoimentos citam propina de R$ 95 mi em obras da
Petroquímica Suape
Delatores apontam que valores foram pagos a diretores da Petrobras entre
os anos de 2008 e 2014. Delação de Paulo Roberto Costa confirma depoimentos.
elações premiadas encaminhadas pela
Procuradoria-Geral da República ao ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo
Tribunal Federal (STF) citam pagamento de propina de até R$ 95 milhões em
contratos para obras da Petrobras em Suape, no Grande Recife. De acordo com a petição 6.823,
os valores indevidos são referentes à planta industrial da Petroquímica em
Ipojuca e ao projeto da Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe).
Os contratos foram celebrados entre a Odebrecht e a Petroquímica Suape,
da Petrobras. Os delatores Rogério Santos de Araújo, César Ramos Rocha e Márcio
Faria da Silva relatam o pagamento de vantagens indevidas estimado em R$ 95
milhões entre os anos de 2008 e 2014. Segundo eles, os valores foram entregues
em espécie a Paulo Roberto Costa e ao diretor da Petroquisa, Djalma Rodrigues
de Souza, em endereços indicados por eles ou em contas no exterior.
O colaborador Rogério Araújo relata que o então diretor da Petrobras
Paulo Roberto Costa solicitou pagamento correspondente a 1% do valor total
estimado dos contratos. Araújo teria, então, aceitado pagar R$ 30 milhões. Em
delação premiada, como aponta a petição, Paulo Roberto Costa confirmou o
pagamento da propina.
O contrato celebrado para a construção da planta industrial para
produção de ácido tereftálico purificado (PTA), em Ipojuca, Grande Recife, foi
firmado no valor de R$ 1,08 bilhão. Já o projeto Citepe, cujo acordo visava o
gerenciamento, engenharia, detalhamento, construção civil, montagem
eletromecânica e industrial, além do suprimento do contrato anterior, ficou em
R$ 1,7 bilhão.
O G1 entrou em contato com a Petrobras e
aguarda resposta. A defesa de Djalma Rodrigues de Souza não foi encontrada para
se pronunciar.