quarta-feira, 18 de julho de 2018

ORTEGA E O OUTRO LADO DA MOEDA

Governo Ortega lança ataque sobre cidade rebelde na Nicarágua, enquanto aumenta a pressão internacional

Estados Unidos, o secretário geral da ONU e 13 países latino-americanos, entre eles o Brasil, exigem o fim da violência policial no país centro-americano.

Daniel Ortega começou nesta terça-feira o ataque ao grande bastião da resistência na Nicarágua. O país amanheceu com a incerteza do que vai acontecer em Masaya, especialmente no bairro indígena de Monimbó, símbolo dos protestos contra o presidente. As primeiras informações mencionam que entre 1.500 e 2.000 pessoas armadas, incluindo Exército, forças policiais e paramilitares sob o comando de Ortega, haviam bloqueado as entradas para a cidade, localizada a 35 quilômetros de Manágua, para iniciar o cerco a um dos lugares que até agora tinha permanecido impassível perante as forças do Governo. 

A estratégia de Ortega é clara. Qualquer indício de resistência deve ser eliminado antes de quinta-feira, quando se comemoram 39 anos do triunfo da Revolução Sandinista. O aniversário coincide com o momento de maior repressão do regime de Ortega em relação à população, após quase três meses de protestos, que deixaram mais de 300 mortos. Se no fim de semana Ortega decidiu atacar a Universidade Nacional de Manágua (UNAN), o principal bastião da resistência estudantil, agora era a vez de Masaya.