quarta-feira, 18 de julho de 2018

A "MANDA CHUVA" DO PREFEITO DO RIO MARCELO CRIVELLA

De início, foi uma frase: “A Márcia trabalha comigo há 15 anos”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. “Márcia, por favor.” Uma mulher negra e baixa, de braços largos e com a expressão encabulada, levantou-se de uma cadeira nos fundos do majestoso salão do segundo andar do Palácio da Cidade, uma das sedes da administração municipal, no bairro de Botafogo. Até então a assessora Márcia da Rosa Pereira Nunes era uma cidadã anônima. Ela atravessou o lugar com um bloco de notas nas mãos, espremendo-se entre cerca de 250 pastores e líderes de igrejas evangélicas até alcançar o chefe.
“Se os irmãos tiverem alguém na igreja com problema de catarata, se os irmãos conhecerem alguém, por favor falem com a Márcia”, disse Crivella ao lado da assessora, que costuma representá-lo em agendas com diretores de hospitais municipais e federais do Rio de Janeiro.
“Ela conhece os diretores de toda a rede federal, conhece o diretor de Ipanema, da Lagoa, do Andaraí, de Bonsucesso, do Fundão, conhece os diretores de todos os hospitais da rede municipal que eu já apresentei a ela, que já vieram e almoçaram conosco, de maneira que ela me representa em todos esses setores. Miguel Couto, Souza Aguiar, Lourenço, Salgado, Piedade e vai por aí afora”, continuou, emendando: “É só conversar com a Márcia, que ela vai anotar, vai encaminhar e, daqui a uma semana ou duas, eles estão operando”.