quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O LOBBY DOS PALRAMENTARES



Veja o que disseram parlamentares após decisão do STF sobre aval do Congresso a medidas cautelares
STF decidiu nesta quarta que afastamento de parlamentares depende de aval do Congresso. Decisão terá impacto na situação do senador Aécio Neves, afastado em setembro pela Corte.
Parlamentares reagiram à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, nesta quarta-feira (11), decidiu que a palavra final sobre a aplicação de medidas cautelares a deputados e senadores (como afastamento do mandato ou recolhimento noturno) deve ser do Congresso.
Essa posição poderá beneficiar, por exemplo, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). No fim de setembro, a Primeira Turma do STF – composta por 5 dos 11 ministros – determinou o afastamento de Aécio do mandato.
Veja abaixo o que disseram parlamentares sobre a decisão do Supremo:
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), presidente em exercício do Senado: "O Senado respeita o STF e cumprirá sua decisão. O importante é manter o diálogo institucional e preservar o bem maior que é a democracia. E esse bem é escriturado pela Constituição.",
Efraim Filho (DEM-PB), líder do DEM na Câmara: "Eu acredito que, do ponto de vista institucional, foi muito importante para arrefecer o sentimento de crise e gerar estabilidade que é bem-vinda ao país e fazer valer o princípio da Constituição de que os poderes são independentes, porém harmoniosos."
Humberto Costa (PT-PE), líder do PT no Senado: "Eu acho que foi uma decisão muito boa, muito sensata e que restabeleceu um relacionamento harmônico entre os poderes. Eu acho que foi muito importante o fato de que o Supremo fez um gesto de marcar uma data [para o julgamento] e o Senado fez um gesto de aguardar a decisão. E, agora, o Supremo restabelece o respeito à Constituição e a bola está com o Senado."
Luciana Santos (PCdoB-PE), deputada e presidente nacional do PCdoB: "Eu acho que essa decisão é um respeito à Constituição brasileira, mais do que justa. Assim como o parlamento, o Supremo tem que respeitar o equilíbrio entre os poderes. A democracia está baseada exatamente nisso, no respeito ao devido processo legal e na legislação. Isso não tem nada a ver com impunidade. Isso tem a ver com nenhum poder extrapolar o espaço do outro."
Paulo Bauer (PSDB-SC), líder do PSDB no Senado: "Eu diria que recebi com um pouco de cautela e estranheza porque a votação no plenário do supremo se mostrou completamente dividida, 5 a 5, a presidente desempatou de acordo com a opinião dela. Acho que essa decisão não está prevista na Constituição. Não está prevista na Constituição a aplicação de penas alternativas a parlamentares. [...] Eu fico imaginando que daqui a pouco, estou fazendo uma figuração, o Congresso vai estar votando para ver se a carteira de um deputado apreendida vai ser objeto de votação no plenário."
Raimundo Lira (PMDB-PB), líder do PMDB no Senado: "Eu achei que a decisão do Supremo foi correta na medida em que, pela Constituição, as casas legislativas precisam autorizar ou não a manutenção da prisão de um parlamentar. Então, se a Constituição preconiza isso, foi lógica a decisão do Supremo na medida em que, se pode mais, pode menos. [...] Se o Senado ou a Câmara tomar uma decisão equivocada, vai ter consequências perante a opinião pública brasileira. O acerto do Supremo foi do ponto de vista jurídico. Agora, a Câmara e o Senado vão ter que assumir a responsabilidade sobre a decisão política."
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da Rede no Senado: "Decisão do Supremo, ao contrário de outros, eu respeito, mas divirjo. Divirjo frontalmente porque essa decisão, lamentavelmente, institui no Brasil dois tipos de cidadãos: aqueles cidadãos que estão submetidos a lei e os parlamentares, que, quando é aplicada a eles a lei, podem se refugiar no conforto das casas legislativas para contar com o voto dos seus pares e se livrarem das medidas judiciais sejam quais forem. A medida do Supremo respeito, mas ela, lamentavelmente, contribui com a impunidade no Brasil."
Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados: "A Câmara foi representada pelo deputado Evandro Gussi, era a nossa posição. Mas sempre respeitamos a decisão do Supremo."