"Mirella agora é um símbolo da violência
contra a mulher", declara mãe de jovem morta em flat (G1)
Suley Cordeiro participou de ato público, na manhã
deste domingo (9), na orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Ela disse que
vai lutar para combater a violência de gênero.
que a gente fez
hoje é por outras Mirellas que estão na nossa sociedade. É para que a justiça
seja feita e para que esse crime não caia no esquecimento. Mirella agora é um
símbolo da violência contra mulher e eu vou lutar até o fim da minha vida para
combater esse tipo de situação", declarou Suely Cordeiro, mãe da jovem, de 28 anos, morta em um flat onde morava, em Boa
Viagem, na Zona Sul do Recife, na quarta-feira (5). O autor do
crime, segundo a polícia, é o comerciante Edvan Luiz da Silva, 32 anos, vizinho
da vítima. Ele está preso desde a quinta (6).
Emocionada,
Suely participou da caminhada realizada neste domingo (9), na orla de Boa
Viagem. Para ela, o caso de Mirella é 'uma
tragédia para a sociedade'. Ela explicou que o ato não foi idealizado por
familiares e amigos somente para honrar a memória da filha, mas para evitar
outros crimes semelhantes.
Além de amigos
e parentes, integrantes de entidades como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB)
estiveram presentes na caminhada. "Precisamos cobrar da Justiça, do
Ministério Público e do governo do estado uma união com a sociedade para exigir
uma condenação exemplar para esse assassino", afirma o representante da
Comissão de Direitos Humanos da OAB-PE, Marcelo Santa Cruz.
Representante
da Secretaria da Mulher do Recife, Fernanda Lima também acompanhou a
mobilização. Ela acredita na manutenção dos debates sobre gênero para
fortalecer o combate à violência contra a mulher.
"Temos que
fazer esse enfrentamento desse tipo de postura e defender a mudança
comportamental na nossa sociedade. Atualmente, o Recife é uma das poucas
cidades com políticas públicas voltadas para as mulheres. É preciso manter o
debate sobre gênero nas escolas para evitar esse tipo de situação",
frisou.
O ato
Carregando uma
rosa branca nas mãos e um terço no colo, os pais da jovem assassinada receberam
solidariedade de parentes e amigos de Mirella. Muito emocionados, eles pediram
justiça para honrar a memória da filha. "O que nós queremos é que a
justiça seja feita e que esse criminoso pague pelo que fez", afirmou a tia
de Mirella, Sônia Sena.
Acompanhado
pelo grupo feminino de percussão Sambadeiras, o grupo caminhou à beira mar.
Além das fotos de Mirella, também estampavam nas camisas o retrato de Alice
Seabra, pernambucana morta pelo padrasto em 2015.
Amiga de
Mirella, a personal trainer Bárbara Tenório explicou que a manifestação tem o
objetivo de proteger a vida de outras mulheres vítimas de violência. "O
assédio contra mulheres hoje em dia é muito grande. Mirella lutava muito contra
esse tipo de machismo, contra todo tipo de preconceito. Sabemos que ela não vai
mais voltar, mas queremos acabar com esse tipo de violência e proteger outras
mulheres", conta.