O Ministério da Agricultura atualizou no início da
tarde desta segunda-feira (27) a relação dos frigoríficos interditados após a
Operação Carne Fraca. O número de unidades interditadas subiu de 4 para 6,
envolvendo cinco empresas.
De acordo com o ministério, estão interditadas: uma
unidade da empresa Souza Ramos, em Colombo, no Paraná; duas unidades da Peccin,
em Curitiba (PR) e Jaraguá do Sul (SC); uma unidade da BRF, em Mineiros (GO);
uma unidade da SSPMA, em Sapopema (PR); uma unidade da Farinha de Castro, em
Castro (PR).
No caso do Souza Ramos, a unidade está interditada
desde o último dia 21, mas o ministério diz que só foi informado na sexta (24)
e, por isso, somente anunciou a interdição nesta segunda.
Segundo o governo federal, a decisão de interditar
os frigoríficos foi tomada após fiscais auditarem essas unidades. O ministério
não chegou a especificar os motivos, somente informou que foram encontrados
indícios de falhas.
Procurado, Edinandes Alexandre Santos, da
assessoria jurídica dos dois frigoríficos, informou que o Souza Ramos está
interditado desde o último dia 21. Além disso, o Transmeat, de acordo com ele,
está funcionando normalmente nesta segunda e não recebeu notificação do
ministério (leia nota ao final desta reportagem).
No último dia 17, quando a Carne Fraca foi
deflagrada pela Polícia Federal, três frigoríficos já haviam sido interditados:
um da BRF, em Mineiros (GO), e dois da Peccin Agro Industrial, sendo um em
Curitiba (PR) e outro em Jaraguá do Sul (SC).
Segundo as investigações da PF, fiscais do
Ministério da Agricultura se envolveram em um esquema de liberação de licenças
para frigoríficos sem a devida fiscalização, em troca de propina.
Recolhimento
dos produtos
Na última sexta (24), a Secretaria Nacional do
Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, determinou que todos
os produtos dos frigoríficos Souza Ramos, Transmeat e Peccin sejam recolhidos
do comércio.
A unidade da Peccin foi uma das três que já haviam
sido interditadas pelo Ministério da Agricultura.
O frigorífico Souza Ramos, um dos novos
interditados, está instalado em Colombo (PR) e era investigado por suposta
substituição de matéria prima de peru por carne de outras aves e por trocar favores
por procedimentos de fiscalização.
Já o Transmeat fica em Balsa Nova (PR) e foi
acusado, no inquérito da Carne Fraca, por corrupção e injeção de produtos
cárneos.
Novas
interdições
De acordo com o Ministério da Agricultura, o número
de frigoríficos interditados ainda pode aumentar, isso porque o ministro Blairo
Maggi fará, ainda nesta segunda, um balanço das auditorias nas 21 unidades
alvos da Carne Fraca.
Nota da Transmeat
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo
frigorífico Transmeat:
NOTA ESCLARECIMENTO
A empresa Transmeat, está trabalhando normalmente,
estando apenas com uma linha de produtos parada, que é a linha de carnes
temperadas. Sendo que tal paralisação em nada tem haver com problemas do
frigorífico, e sim de ordem burocrática do próprio Ministério da Agricultura,
pois eles não sabem dizer quem tem competência para liberação desta linha de
produção, se o MAPA do Paraná ou o MAPA de Brasília.
Salientamos e deixamos claro, a Transmeat não está
interditada.