segunda-feira, 23 de abril de 2018

OS POLÍTICOS, A POLÍTICA E NÓS.

Numa celeuma que mais entristece a quem conhece do processo político no País, ver-se que a Nação brasileira se coloca com a mais insólita performance de "analfabetismo político" traçado por Bertolt Brecht quando assim proferiu: "Que continuemos a nos omitir da política, isso é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem"
Completamente aplicável a todos nós que não sabemos nos manter ativos na persecução de bons cidadãos que exercem a política com a finalidade de nos representar, enquanto eleitos para defender a coletividade. 
Ser cidadão não é uma tarefa cômoda, senão muito complicada: as pessoas não nascem cidadãos, mas fazem-se no tempo e no espaço. Na verdade, não é fácil exercer a liberdade e a cidadania – ser pessoa e ser cidadão –, por isso, exige-se uma luta sem tréguas para erradicar assimetrias e exclusões socioculturais e criar cenários de esperança realizáveis, fundamentados em valores e princípios éticos, que requalifiquem a democracia com cidadãos participativos e comprometidos.  
No entanto, não é bem assim que agem os nossos representantes, aqueles a quem elegemos. Hão de convir, os nossos leitores, que a ciência política se dedica em estudar os sistemas, instituições, processos e fenômenos políticos (grifei) em um determinado governo ou Estado. Já o político, definiu Sócratesé um homem público que lida com a chamada "coisa pública". Segundo Platão, é filiado a um partido ou "ideologia filosófica de conduta". Estes, por sua vez, terão de se conduzirem pelas vias da probidade, dedicação, conhecimento, lealdade, olhar mais para o povo do que para si. Mas, será isso que no Brasil ocorre?
Na imensidão do mais belo País do mundo, o Brasil, se descaracteriza a ciência política e joga-se na sarjeta a sociedade, quando governantes aplicam os recursos advindos de um mar de imposto cobrados dela própria, a sociedade, lhes 'devolvidos' em "programas de esmolas", que mais viciam o cidadão do que o retiram da miséria que o próprio sistema lhe jogou às costas. Sem falar nos desvios da "rés pública" que é embolsada por centenas de políticos corruptos que matam a nação de vergonha, enterrando nosso libido em relação a pátria, como o fazem os Avestruz quando estão com medo.
Na mistura ideológica partidária que os inúmeros Estatutos das siglas criadas representam, são estes frutos, certamente, das catequeses dos 'donos' dos Partidos Políticos no Brasil e não no contexto que o povo deseja. 
Nossa gente é pacata, ordeira, necessitada em razão de governos que desejam perpetuar-se no Poder, esquecendo-se que idéias poderão ser renováveis, desejos são apenas uma expressão mental de cada um e que nem todos comungam de maneira unissonante, que maus gestores sejam expurgados do mundo político, todos sem exceções, quando comprovadamente entrarem no famigerado mundo da corrupção; que a justiça se aplique equânime para todos, sejam ricos, pobres, preto, branco, político ou não, sejam de gêneros adversos, componentes do judiciário, enfim, onde couber a justiça.
O Brasil precisa, sim, de políticos, porém, honestos, dignos, merecedores da nossa confiança, justos, carregados de amor à Pátria e ao seu povo e não a si e aos seus.
Nós, o povo, detemos o poder político e esse poder é exercido por nós mesmos ou, como ocorre aqui no Brasil, pelos representantes que elegemos que não usam do bom senso e muito menos do pudor da conduta que deveria rodear-lhes a moral.
O bordão de que "todos os políticos calçam 40" está 'quase' que na sua plenitude, com mínimas exceções.

Joel Gomes Pessôa