Temer na ONU: “O desmatamento nos preocupa, especialmente na Amazônia”
Presidente
brasileiro usa parte do discurso na abertura da 72ª Assembleia Geral da ONU
para falar da preocupação de seu Governo com o meio ambiente
Em meio às polêmicas que envolvem a
liberação de uma área da Amazônia para exploração de minério, o
presidente Michel Temer utilizou
parte do seu discurso na 72ª Assembleia Geral da ONU, para falar
sobre sua preocupação com o meio ambiente. "O desmatamento é [uma] questão
que nos preocupa, especialmente na Amazônia", disse. "Nessa questão,
temos concentrado atenção e recursos. Pois trago a boa notícia de que os
primeiros dados disponíveis para o último ano já indicam diminuição de mais de
20% do desmatamento naquela região".
O presidente se refere aos dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do
Instituo do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados no dia 22 de
agosto. Entre agosto de 2016 e julho de 2017, período usado como parâmetro para
a medição, o desmatamento acumulado na região foi de 2.834 Km². É um número
menor apenas que o do ano passado (3.580 Km²) e retrasado (3.323 Km²) na série
histórica. Mas ainda assim, foi desmatado no último ano quase duas cidades de
São Paulo inteiras. "Retomaremos o bom caminho e nesse caminho
persistiremos", disse Temer em Nova York.
Sem falar sobre metas, o
presidente lembrou que o Brasil é líder na produção de energia hídrica e em
bioenergia. "O meu país está na vanguarda do movimento em direção à
economia de baixo carbono", afirmou."O compromisso do Brasil com o
desenvolvimento sustentável permeia nossas políticas públicas".
Embora tenha usado parte do seu
tempo para falar sobre o meio ambiente no plenário da ONU, Michel Temer demorou
para se pronunciar quando seu Governo acabou, por decreto, com a
chamada Renca, no fim do mês passado. A Reserva Nacional de Cobre e
seus Associados (Renca), é uma área na Amazônia, do tamanho da
Dinamarca, entre o Amapá e o Pará, que foi liberada para ser explorada. Após
uma série de protestos contra a liberação, o presidente chegou a afirmar que
"a Renca não é nenhum paraíso", e foi novamente criticado. A questão
agora está na Justiça, que atendeu ao Ministério Público Federal e às populações indígenas locais,
declarando o decreto do Governo
ilegal.
