quarta-feira, 15 de agosto de 2018

QUEM É O JOÃO?

João Amoêdo (Novo) é chamado de “candidato do mercado financeiro”, mas discorda

O candidato do Partido Novo à Presidência da República, João Amoêdo, apresenta propostas bastante liberais para a economia do país e já tem sido chamado de “candidato do mercado financeiro”. O apelido divide opiniões.
“Eu concordo, apesar de acreditar que ele não é o único candidato que apresenta um viés mais favorável ao mercado”, diz Rodrigo Pinheiro Salvador, sócio do escritório Investiu da XP Investimentos.
Formado em Engenhara Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e administração pela Puc-Rio, Amoêdo tem uma trajetória profissional marcada por grandes bancos como o Citibank, Itaú-BBA e o Unibanco.
Ele nega, entretanto, a intenção de agradar ao mercado. “Nosso propósito genuinamente é privilegiar e ajudar grande parte da população brasileira a conseguir se desenvolver”, disse em entrevista ao Estado.
O plano econômico de Amoêdo está sendo formulado por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central.

As ideias liberais

Apesar de não se considerar um representante do mercado, as propostas do candidato do Novo para a economia do país vão de encontro ao que o meio financeiro espera de um candidato, explica Rodrigo.
“Ele entende que o livre mercado é o melhor modelo para a retomada do crescimento. O indivíduo deve ser o principal gerador de riquezas, ou seja, ele defende um estado enxuto e com mais participação da iniciativa privada”, explica.
Entre as propostas liberais de Amoêdo para a economia do país, está a privatização das instituições públicas – em especial Petrobrás, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
“As estatais se transformaram no centro de corrupção. O melhor jeito de combater isso é deixá-las com a iniciativa privada”, afirmou em entrevista ao portal Metrópoles.
Além disso, Amoêdo defende a PEC do Teto de Gastos (241/55), que limita os gastos públicos pelos próximos 20 anos, e afirma que uma reforma na Previdência é imprescindível.
Ele também se diz a favor do fim da desoneração de alguns setores da economia, mas reforça que “liberdade econômica e menos intervenção do Estado fazem com que as pessoas tenham facilidade maior para empreender”.
Em relação à reforma tributária, fala sobre uma simplificação dos tributos, especialmente os que incidem sobre o consumo.
“Este aceno para uma redução dos impostos e possível criação de um imposto único, que aglutine alguns de nossos principais impostos, é visto com muita simpatia pelo mercado”, diz o sócio da Investiu.
Amoêdo também é a favor de uma maior independência do presidente do Banco Central, melhorias na reforma trabalhista, redução dos gastos do governo e combate à impunidade em casos de corrupção