terça-feira, 24 de abril de 2018

A REFORMA TRABALHISTA E O EGO DOS PRESIDENCIÁVEIS

Reforma trabalhista: queda de braço entre Temer e Maia derruba parte das mudanças

Medida provisória que regulamentava as mudanças na legislação caducou e cria-se um limbo jurídico na área

Um cabo de guerra entre os chefes do Executivo, Temer, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), foi uma das principais razões para a medida provisória que tratava das alterações nas regras laborais perdesse a validade. Aprovada em abril na Câmara, o projeto seguiu para o Senado. Porém, como havia uma série de queixas em razão das regras complacentes com o empresariado e mais duras com os trabalhadores, os senadores negociaram algumas alterações com o Governo, que se comprometeu a fazê-las por meio de uma medida provisória.
Aparentemente tudo caminharia como o previsto pelas autoridades políticas. O projeto acabou aprovado no Senado em julho. Em novembro, a MP 808, foi publicada e as regras passaram a valer. Mas, para se tornar lei, precisava ser analisada novamente pela Câmara e pelo Senado. Como faltou Temer combinar com Maia, que representa os deputados, a proposta ficou paralisada. Nem mesmo um relator para a proposta foi escolhido. Assim, segue em vigência o projeto que foi aprovado pelo Legislativo sem o detalhamento que havia sido feito pela medida provisória.
O entrave se agravou quando Rodrigo Maia se lançou pré-candidato à presidência. Atendendo os seus colegas de parlamento, ele se nega a colocar em pauta temas polêmicos em ano eleitoral. Além disso, ele deixou claro a Temer que os deputados se sentiram desprezados pelo Planalto ao não terem feito parte do acordo com o Senado. Por isso, no entendimento dos deputados, deveria valer apenas a proposta aprovada na Câmara e referendada pelo Senado.