BRASÍLIA - Em uma tentativa de
mostrar que está sendo atingido por uma denúncia feita por “ilação”, o
presidente Michel Temer citou o ex-procurador da Operação Lava Jato Marcelo
Miller como alguém que "ganhou milhões em poucos meses" após deixar a
força-tarefa e ingressar em escritório de advocacia que negociou acordo de
leniência dos delatores do Grupo J&F. Temer levantou a suspeita de que o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se beneficiou financeiramente da
remuneração de Miller, mas negou, no entanto, que estivesse fazendo uma ilação.
“Um assessor muito próximo ao
procurador-geral da República, senhor Marcelo Miller, homem de sua mais estrita
confiança, um dia deixa o emprego do sonho de milhares de jovens brasileiros”,
afirmou. “Abandona o Ministério Público para trabalhar em empresa que faz
delação premiada com o procurador-geral (Rodrigo Janot). Ganhou
milhões em poucos meses, o que levaria décadas para poupar”, prosseguiu,
ressaltando que não houve uma “quarentena”.